sábado, setembro 14, 2013

E se de repente...

E se de repente as luzes que te vestem e te ofuscam se apagassem...
E se no escuro, finalmente, os teus olhos se abrissem...
E na escuridão a tua visão se aperfeiçoasse...
E se os teus olhos pudessem melhor ver...
E se percebesses, que é no escuro que eles se abrem muito mais...
E se de repente, com mais clareza, o teu mundo pudesses ver...
E que o que observas é somente a tua verdadeira realidade...
E que tudo à tua volta nunca passou de uma fraude... 
Em que o mundo que te rodeia é que te ilude...
E que tudo em teu redor não passaram de mentiras...
Em que todos só te mentem e te enganam...

E se de repente percebesses que todo o tempo é composto por mentiras e enganos...
E que todas as pessoas apenas se sabem é rir de ti...
Da tua ingenuidade e do teu coração puro...
E se te dissessem que a pureza de coração não existe...
E que a bondade é somente uma ideia para os tolos...
E que os anjos não existem no teu mundo...
E que os "teus" anjos são demónios disfarçados...
E que são apenas lobos vestidos de pele de cordeiro...
E que passam os seus dias, divertindo-se, apenas zombando de ti...

E se de repente esses teus olhos reabertos, vissem com a clareza da noite...
Em que as sombras são seres reais e sempre tiveram vida própria... 
E que sempre te apagaram e te pisaram...
E que o Amor é uma  lenda e não existe...
E que somos todos seres egoístas, doentes e deprimidos...
E que fomos envelhecidos por um constante sofrimento...
Em que teimamos desafiar, numa limpeza sempre assídua...
E que essa limpeza nos afasta do espelho...
E que esse espelho apenas nos reflecte os nossos medos...
E que somos todos seres descontentes, a brincar ao faz-de-conta...
E que a forma humana foi esculpida por seres grotescos e repletos promiscuidade...
E que eles nos reduziram pura e simplesmente a marionetas...
E que sempre nos manipularam e maltrataram...

Então sentes-te atraiçoado(a) e enganado(a)...
Porque acreditaste que tinhas o poder de sempre amar e sem julgar...
De poder perdoar a todos os que a ti te rejeitaram, se afastaram e te ofenderam...
Os que te apontaram o dedo, te seduziram e partiram...
Porque acreditaste que eras feliz...

E se as luzes nunca se pudessem apagar...
E se...