terça-feira, setembro 19, 2006

Fiz-me à estrada



Na inocência da vida
esperei por ti!
E tu vieste ao meu encontro.
Vieste a galope no teu cavalo cinzento,
velho companheiro de richas e batalhas.
Vieste ao meu encontro,
mas não paraste...
Passaste por mim com o coração cego e com olhos esquecidos,
largando a meus pés a mágoa da solidão.
E desapareceste no horizonte infinito.
Promessas ... levadas pelos ventos,
só folhas... caídas no chão.
Séculos perdidos no tempo,
esquecidos, loucos, sofridos,
caídos na podridão.

Mas voltaste ao meu encontro,
porque havias de falhar?!
Nada tenho para te dar,
só apenas liberdade.
Já soltei essas amarras
e quebrei essas correntes.
Rasguei as folhas da vida,
despedi-me da saudade.
E por fim pedi perdão.
Poderás tu perdoar?
Assim como perdoei,
com desperto coração...

Agora que te soltei,
vou de novo fazer-me à estrada,
sem a sombra dessa amarra,
sem a corda do silêncio.
Novo caminho não temo,
nem das malhas do acaso,
pois se vieres de novo ao meu encontro,
seja louco, seja solto...
tudo ficou no passado.