domingo, setembro 24, 2006

Banco de jardim




Este é um banco de jardim que espera por ti que não vens....
mas também não faz mal porque eu já me fui...

sábado, setembro 23, 2006

A cadeira de madeira que sempre espera por ti...



Por entre folhas de papel soltas de um pequeno bloco, repleto de rabiscos quase indecifráveis, encontrei hoje estas palavras escritas por mim há cerca de um ano atrás.
Ao relê-las verifiquei que continuam tão actuais, que poderiam muito bem terem sido escritas no final de tarde do dia de hoje. Por isso resolvi registá-las aqui neste blog.



É Setembro!
A tarde acena despedindo-se.
O Verão também.
Está quase a hora da partida.
Mas entro mais uma vez dentro dessa tela pintada pelo anónimo pintor, criador deste éden que me envolve e me fascina.
E heis-me aqui novamente sentada na cadeira de madeira, junto aquela, vazia, cadeira que espera por ti que não vens.

É Setembro!
Hoje o Sol já não brilhou como outrora.
Como nas alegres tardes de Agosto, em que as crianças correm e brincam,
as bicicletas atropelam-se,
os pombos voam em busca de alimento,
os pássaros cantam,
os turistas passeiam,
os casais namoram, segredando juras de amor eterno, com mãos entrelaçadas.
E eu sento-me nesta esplanada, junto a esta cadeira de madeira que espera por ti que não vens.

É Setembro!
O céu veste-se de nuvens cinzentas.
A chuva em breve vai cair, pois as nuvens vão chorar.
O vento já sopra e avisa-me de que brevemente vai chover.
Diz-me ainda, que dentro em breve também eu vou ter de partir.
E quando o céu começar a derramar as primeiras lágrimas, eunão vou poder mais permanecer sentada junto à cadeira de madeira que espera por ti que não vens.

É Setembro!
Finalmente é Setembro!
É chegada a hora de fazer as malas.
É quase hora da partida e o comboio não espera.
Mas fica sempre a esperança do Verão voltar no próximo ano.
E eu poderei novamente entrar entrar dentro no mesmo quadro.
E sentar-me de novo nessa mesma esplanada, ao lado da cadeira de madeira que espera por ti que não vens.

É Setembro!
Setembro prenuncio de saudade!
Prenuncio de solidão!
Mas ainda é tempo de tomar a bebida amarga que tanto me satisfaz, sentada ao lado dessa cadeira de madeira que espera por ti que não vens.

É Setembro!
Os turistas já não aparecem.
Já quase todos regressaram ás suas terras, ás suas casas.
Os cavalos dão os seus últimos passeios, resistindo ainda graças à teimosia das crianças locais, as únicas que ainda passeiam por estas bandas.
Fazem-me companhia, neste final de tarde em que me entretenho também a brincar com um pacote de açucar, sentada junto a esta cadeira de madeira que espera por ti que não vens.

É Setembro!
Uma criança devora o último gelado, pintando a sua face de chocolate.
Outra, brinca numa mota mecânica, objecto disputado por muitas bulhas e brigas, mas já sem a habitual concorrência.
Por instantes, sentada em cima dela, voa, sente-se a dona do mundo, correndo à velocidade dos campeões.
E eu simplesmente invejo o seu vôo, sentada junto a essa cadeira de madeira que espera por ti que não vens.

É Setembro!
Neste instante, um arrepio percorre o meu corpo.
O frio chega e apresenta-se, anunciando que está a chegar a hora em que também tenho de partir.
Sei que tenho que abandonar esta velha esplanada, mas ainda não me apetece fazê-lo.
Ainda quero ficar mais um pouco com o meu pacote de açucar entre mãos,
com o sabor forte e amargo na boca,
deliciando-me com as brincadeiras das crianças resistentes a mais este final de tarde,
testemunhando as suas últimas corridas atrás dos pombos, que que se refugiam, aos poucos, no cimo das árvores.
As ruas do parque vão ficando vazias, tal como está vazia a cadeira de madeira que espera por ti que não vens.

É setembro!
A noite aproxima-se a passos largos, quase ladeada pelo Outono.
As últimas pessoas abandonam, uma a uma, a esplanada onde eu ainda brinco com o meu pacote de açucar, sentada mesmo ao lado da cadeira de madeira que espera por ti que não vens.
Mas não estou só, pois Setembro faz-me companhia.
E nós sentimo-nos tão bem!
Tão bem, que só me apetece agradecer ao pintor por me ter permitido poder comungar de tão divina obra, ser parte integrante desta harmoniosa criação.
E agradecer aos meus pais por ter nascido e renascido,
por ser filha desta cidade e por poder usufruir desta maravilhosa herança que me envolve.

É Setembro!
Obrigado por momentos como este, que me fazem transpirar e estermecer de felicidade!

Já cansado de ser torturado, o pequeno pacote de açucar rebenta-me nas mãos, alertando-me que chegou a altura de regressar à minha realidade.
Que a tarde acaba de se despedir da noite, que mesmo agora chegou.
Que está na hora de deixar esta mesa de esplanada, que serenamente repousa mais uma vez, hoje e sempre essa cadeira de madeira que espera por ti que não vens.

Amanhã, quando o dia regressar, talvez ainda volte a sentar-me de novo ao lado da cadeira de madeira, sempre vazia, que espera por ti que não vens.
Ou talvez não.
É Setembro!...

quarta-feira, setembro 20, 2006

Iceberg

Contemplando as estrelas,
sendo a Lua, companheira,
tu estiveste mesmo à beira
de ver brilhar a mais bela.

Mas ficaste tão calado,
meditando ao relento
o que custa uma sentimento
sair d'um coração gelado.

E assim em ti fechado,
no teu mundo, isolado,
chegaste ao fim da questão:

Que um coração mal amado
foi pelo tempo gelado,
por sofrer de solidão.


(Pérola Negra, 1988)

P.S. Pérola Negra, antepassada da Pérola Azul

terça-feira, setembro 19, 2006

Fiz-me à estrada



Na inocência da vida
esperei por ti!
E tu vieste ao meu encontro.
Vieste a galope no teu cavalo cinzento,
velho companheiro de richas e batalhas.
Vieste ao meu encontro,
mas não paraste...
Passaste por mim com o coração cego e com olhos esquecidos,
largando a meus pés a mágoa da solidão.
E desapareceste no horizonte infinito.
Promessas ... levadas pelos ventos,
só folhas... caídas no chão.
Séculos perdidos no tempo,
esquecidos, loucos, sofridos,
caídos na podridão.

Mas voltaste ao meu encontro,
porque havias de falhar?!
Nada tenho para te dar,
só apenas liberdade.
Já soltei essas amarras
e quebrei essas correntes.
Rasguei as folhas da vida,
despedi-me da saudade.
E por fim pedi perdão.
Poderás tu perdoar?
Assim como perdoei,
com desperto coração...

Agora que te soltei,
vou de novo fazer-me à estrada,
sem a sombra dessa amarra,
sem a corda do silêncio.
Novo caminho não temo,
nem das malhas do acaso,
pois se vieres de novo ao meu encontro,
seja louco, seja solto...
tudo ficou no passado.

segunda-feira, setembro 18, 2006

PARABÉNS




Ainda não percebi porque é que ontem (dia 17 de Setembro) muitas pessoas resolveram passar o dia a darem-me parabéns?!.....


??????????????????????

quarta-feira, setembro 13, 2006

Está quase na hora...

Hoje o Sol preguiçou,
teimou,
e não brilhou.
O céu zangou-se
e vestiu-se novamente de cinzento.
As nuvens entristeceram-se
e começaram a chorar.
O vento arreliou-se
e sussurou-me ao ouvido direito,
pura cusquice,
seu maior defeito,
que as andorinhas estão a fazer as malas para fugir.

Sei agora que está a chegar o meu momento,
a minha hora de partir.
De montar novamente o meu cavalo alado
e voar ,
voar para o outro lado,
desse rumo já traçado,
na rota do firmamento.

Sei que é lá do outro lado,
do país a utupia,
que começo um novo dia,
uma nova realidade.
Mas passarei a fronteira,
voltarei sempre que queira,
sempre que me gritar a saudade.

segunda-feira, setembro 11, 2006

11 de Setembro



Sem comentários...

A cegonha vem carregadinha...


Vêm aí ...Bébés!!!

A geração dos meus novos amigos tá quase a chegar...

domingo, setembro 10, 2006

Para um Adonis qualquer...ou não...

Apareceste!
Nesse instante tive a certeza de querer seguir o teu trilho,
de querer calcar as tuas pegadas,
de querer caminhar pelo chão que pisavas,
de querer deixar-me ir por caminho sem destino.

E segui,
pelo tempo indefinido,
respirando o ar que respiravas
sentindo a brisa que lançavas,
entrando nesse mundo já esquecido.

Mas vai, Adonis...
e procura a tua Vénus,
Que Vénus eu já não sou...

Vai Adonis...
que eu jamais te prenderei,
pois fui eu quem te soltou...


Paixão é prisão!
Amor é libertação!

E eu não te amo, nem sequer estou estou apaixonada por ti...

Apenas cozinhei mais um rissol de sonhos!

sábado, setembro 09, 2006

Amanhã...talvez...

Hoje não há rissóis!
Os lobisomens comeram-nos todos ontem, na festa da Lua Cheia.
E hoje estou tão cansada para os cozinhar...
Amanhã...talvez...


Quanto a ti?!
Já esqueci!
Mas tu existes?...

quinta-feira, setembro 07, 2006

Nada sabes


Como é facil para ti julgar o desconhecido!
Como é facil para ti criticar o que ignoras!
Enquanto a Lua se vai erguendo nos teus olhos,
Sombrios e reluzentes,
Sempre frios,
Sempre ausentes,
Já nem sabes porque choras!
Já nem sabes porque mentes!

Como é facil deixares sair assim as palavras!
Como é facil sentir o que já não sentes!
Enquanto o Sol se enterra,
Nesse teu coração de pedra,
que se fecha a sete chaves!
Já nem sabes, o que sabes!

(Feliz Aniversário!)

segunda-feira, setembro 04, 2006

Eternamente Bloggrigada




Publicamente (não muito porque não acredito que alguém lei-a esta treta) declaro:

Eu, Pérola Azul, estou blogamente eternamente (enquanto este blog durar) agradecida à minha grande amiga ST4F, pela ajuda preciosa que me deu na abertura oficial deste blog.
Sem ela tudo isto não seria possível.
Obrigada pelo incentivo.
Obrigada pela paciência.
Obrigada querida amiga do coração. (não acredito que escrevi isto!...coração?!)
Perdoa-me por só agora estar a escrever isto, mas mais vale tarde que nunca.

Obrigada por me dares sorte! (ai de ti se não deres)

E graças a ti este blog há-de ter o maior sucesso!

Muito agradecida a ti, tu sabes...

domingo, setembro 03, 2006

Setembro

É Setembro!
Hoje acordei com o seu cheiro,
Despertei com o seu grito,
Levantei-me com o seu sopro,
Empurrada pelo seu corpo.

É Setembro!
Mais um ciclíco arrepio me atravessa a espinha,
Mais uma lágrima sai, extaída do coração,
Onde a leve e húmida nebelina se eleva lentamente
E solta-se suavemente
Pelas ondas das marés vivas,
Expulsas de cada pulmão.

E mais uma vez: é Setembro!
Nova viagem recomeça,
Com o visto da promessa,
Mais certa que a noite escura,
Que quando o Sol se cansa,
Deixo então de ser criança,
E no ocaso da amargura,
Busco a ilusão, segura,
No caminho da loucura,
Da rota da solidão.